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Nos dias de hoje já não é admissível aceitar a perda dentária na 3a. idade como um fato normal, pois é passível de ser evitado com medidas preventivas de saúde. É verdade que algumas modificações sistêmicas podem acometer a saúde bucal dos pacientes idosos, como por exemplo a xerostomia ou “boca seca” (redução do fluxo salivar), decorrente da utilização de medicamentos de uso diário, ou ainda de terapias oncológicas de cabeça e pescoço. Com a redução do fluxo de saliva, é observado muitas vezes o aumento na incidência da doença cárie, principalmente cáries de raiz, além do desconforto ocasionado pela sensação de “boca seca”. Nestes casos um profissional pode orientar quanto às medidas alternativas para redução deste sintoma desconfortável, além das medidas de higiene bucal diárias sempre associadas a produtos com flúor.

A depressão é uma doença que também acomete muitos idosos, onde os pacientes sentem-se desmotivados às praticas de higiene bucal. Além disso, o uso de medicamentos antidepressivos também ocasiona como efeito colateral a xerostomia, que já foi mencionada.

Sendo assim estes pacientes merecem atenção especial, pois possuem um elevado risco para a doença cárie e periodontal (gengiva). Para pacientes acometidos por alguma doença que comprometa sua independência de forma parcial, com o comprometimento da coordenação motora como por exemplo sequela de AVC (derrame) e estágio inicial da doença de Parkinson, o profissional odontogeriatra poderá orientar de forma individual, avaliando a limitação do paciente e adotando estratégias alternativas e adaptações de técnicas a serem incorporadas na rotina de higiene bucal destes pacientes. Em casos de artrite, artrose e gota, patologias que levam à modificação das articulações e limitação dos movimentos associados muitas vezes à dor, também podem ser orientadas modificações e dispositivos acessórios para facilitar a execução da higiene bucal diária.

Pacientes que têm sua independência e autonomia comprometidas, acometidos por patologias crônicas degenerativas em estágios mais avançados, tornando o idoso acamado (exemplo: Parkinson, Alzheimer, múltiplos infartos ou derrames, demência senil), são assistidos por cuidadores ou entes familiares que auxiliam nos cuidados diários. Para estes pacientes de saúde mais frágeis é necessário maior cuidado quanto à higiene bucal e limpeza das próteses odontológicas em caso de uso, pois a falta de higiene pode acarretar em pneumonia aspirativa, uma complicação grave no quadro de saúde geral dos idosos nesta condição de saúde frágil, que pode ser evitada com medidas preventivas de higiene bucal diária. Nestes casos quem realiza e recebe orientações são os cuidadores ou familiares que acompanham este idoso dependente.

Sendo assim, os pacientes idosos merecem atenção especial e devem ser assistidos e motivados quanto aos cuidados de higiene bucal, para preservação da saúde bucal e qualidade de vida. Quando necessário, dependendo da situação de independência destes idosos, estes cuidados devem ser repassados aos cuidadores ou familiares.

Texto Produzido pela Cirurgiã-Dentista

Prof. Dra. Camila Lobão dos Reis

CRO/SP: 66.319